Início Arte e Cultura por Adriana Sorgenicht Teixeira João Carlos Martins: 80 anos e uma lembrança

João Carlos Martins: 80 anos e uma lembrança

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Guardo uma bela recordação do grande pianista e maestro brasileiro João Carlos Martins, que semana passada completou gloriosos 80 anos de vida com uma live comemorativa. Há quase 25 anos, em novembro de 1995, tive o privilégio de entrevistá-lo em Miami, quando era repórter do Florida Review, jornal quinzenal voltado à comunidade brasileira residente no sul daquele estado norte-americano.

A conversa com João Carlos Martins ocorreu dias antes do lançamento da nova coletânea de CDs com composições de Johann Sebastian Bach (concertos para piano e orquestra, com solistas de Sófia, capital da Bulgária, e regência de Plamen Djurov, sob o selo Labor Records). Era a noite de autógrafos na loja Spec’s Music de Miami Beach.

À época afastado há dez anos dos palcos e das salas de concerto, João Carlos Martins retomava sua carreira internacional em turnê por sete cidades dos Estados Unidos (Los Angeles, São Francisco, Chicago, Denver, Boston, Washington e Nova York) até maio do ano seguinte.

Ao longo da entrevista, que reproduzimos na imagem abaixo, o maestro nos contou por que demorou dezesseis anos para finalizar as gravações da obra completa para teclado de Bach, pelas quais é reconhecido mundialmente: foi obrigado a interromper o trabalho em função dos reflexos neurológicos e musculares causados por um choque no cotovelo direito durante um jogo de futebol em 1966, e que alterou a mobilidade dos dedos. Em 1994 sofreu outra fratura, em decorrência de um assalto sofrido em Sófia.

Embora não considere de fácil apelo, acredita que a obra de Bach (1685-1750) se torna cada vez mais viva.

“O que não deve faltar são intérpretes com visões próprias de seu trabalho”, afirmou João Carlos Martins na ocasião. “Bach é um divisor de águas. Uma síntese das tendências do século XVIII que o antecederam. E uma profecia do que temos atualmente, em termos musicais. Hoje, desenvolvi uma compreensão mais madura e romântica de sua obra”, completou João Carlos Martins.

João Carlos Martins: 80 anos e uma lembrança

Elza Soares: 90 anos com novo single

A cantora Elza Soares completou 90 anos de vida no último dia 23. E lançou na sexta-feira passada (26) o seu novo single, Juízo Final, uma releitura de Nelson Cavaquinho, que reflete sobre o embate entre o bem e o mal como base para o atual momento em que passamos. A faixa já está disponível em todas as plataformas digitais pela gravadora Deck.

“Como estamos atravessando esse período drástico no Brasil e no mundo, eu quis gravar essa música. Ela fala do momento em que o bem vence o mal”, explica Elza Soares.Uma música clara, além de muito bonita. Fizemos um arranjo rock and roll, gostei muito do resultado”.

(Foto de divulgação – Pedro Loureiro)

Itaboraí comemora 200 anos de Joaquim Manuel de Macedo

Neste ano, a Prefeitura de Itaboraí (RJ), por meio de sua Biblioteca Municipal, comemora 200 anos de nascimento do patrono da instituição, o itaboraiense Joaquim Manuel de Macedo. Além de escritor, Macedo foi romancista, poeta, teatrólogo, cronista e memorialista. Além de professor, autor de obras didáticas, médico, jornalista e grande político.

Para valorizar este momento comemorativo tão ímpar de seu bicentenário, diversas ações foram projetadas. Entre elas, sua inclusão como autor local homenageado na 27ª Feira do Livro. Mas, diante das medidas de combate e proteção à Covid-19, várias destas ações foram adiadas.

Assim optou-se por desenvolver atividades de forma virtual. Elas se iniciaram a partir do dia 24 de junho. E podem ser visualizadas no Facebook da Prefeitura de Itaboraí e da Biblioteca Municipal Joaquim Manuel de Macedo até o dia 30 de junho.

No dia 30 de junho às 10h, será a inauguração da Exposição “Macedo 200 anos”. Serão seis banners que mostram aspectos da biografia e da produção literária do autor, uma homenagem da Biblioteca Professora Rilma Alvarenga Rodrigues, na Estação Cidadania, em Nova Cidade, sob a organização da bibliotecária Gisele Pinna.

E nesta última semana de junho, além do Café, das Leituras de Macedo, acontecerá o “Macedo CONVIDA”, um projeto da Biblioteca Municipal, onde escritores do município serão convidados a divulgar o seu trabalho e falar um pouco sobre a importância de Joaquim Manuel de Macedo para a Literatura Brasileira e para a cidade.

A importância da obra literária de Macedo é discutida até os dias atuais. Ele é de grande relevância para compreender os aspectos principais do século XIX e do período imperial brasileiro. Além das raízes da literatura e da história de nosso país.

João Carlos Martins 80 anos e uma lembrança

Por sua obra “A Moreninha”, lançada em 1844, é tido como o precursor do Romantismo no Brasil, lançando a receita para o sucesso, utilizada por outros escritores. Mas Macedo também inaugurou outras vertentes literárias. Entre elas a literatura de crime brasileira, a abolicionista, a de sátira social e política.

Com o livro “A Luneta Mágica” em 1869, inaugurou a narrativa fantástica, ao criar um enredo que ultrapassava a realidade através de um objeto mágico que poderia ver o bem e o mal das pessoas. Uma obra extremamente vanguardista para o Brasil do século XIX.

A preocupação sociocultural de Macedo o fez fundar em 07 de setembro de 1873, a Sociedade da Biblioteca Popular Itaborahyense, que deu origem à Biblioteca Municipal que atualmente leva o seu nome. Itaboraí também está presente em vários de seus textos. Principalmente na obra “O Rio do Quarto”. Acesse o facebook da Biblioteca: joaquim.manueldemacedo.731

Fontes: TV Prefeito – Portal Político, portal Terra; crédito foto abertura: Fernando Mucci

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