Início Arte e Cultura por Adriana Sorgenicht Teixeira Schumann: genialidade e loucura

Schumann: genialidade e loucura

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Há 210 anos nascia Robert Schumann. Apaixonado, sonhador, hipersensível, levou uma vida trágica e nos deixou uma música insuperável, como seus trabalhos para piano solo, suas quatro sinfonias

Schumann: genialidade e loucura

Schumann nasceu em Zwickau, na Alemanha, em 8 de junho de 1810. Após uma breve estada na Faculdade de Direito da Universidade de Leipzig, decidiu se dedicar à música e, como primeiro passo, começou a ter aulas de piano com Friedrich Wieck, seu futuro sogro.

Graças ao seu talento e dedicação inatos, ele sem dúvida se tornaria um famoso pianista de concertos. Mas ocorreu um evento que arruinaria seus planos: buscando aperfeiçoar sua técnica de piano, ele inventou um dispositivo para obter mais controle e mobilidade nos dedos do meio e anelar da mão direita. Usou o aparelho por algum tempo e, quando o tirou, os dois dedos estavam totalmente incapacitados. Foi assim que foi forçado a se dedicar à composição.

Schumann: genialidade e loucura

Enquanto isso, seu transtorno de personalidade bipolar (maníaco-depressivo) progredia. Durante suas fases maníacas, ele demonstrou habilidade e velocidade incríveis para criar. Em apenas seis dias compôs a Kreisleriana – obra 16, um dos pináculos do romantismo musical.

Nas suas fases depressivas, pelo contrário, ele era dominado pela abulia (incapacidade relativa e temporária de tomar decisões voluntárias, assim como de iniciar o que quer que seja).

Como diretor e crítico do Neue Leipziger Zeitschrift für Musik, ele apresentou dois personagens em seus artigos que representavam os pólos opostos de sua personalidade: Florestan (impulsivo, apaixonado, extrovertido, alegre e iconoclasta) e Eusébio (gentil, melancólico, piedoso, introspectivo e perdido).

Em 1840, ano em que se casou com Clara, compôs mais de 130 mentiras, um gênero em que se destacou. Mas quatro anos depois, quando retornou de uma viagem à Rússia, entrou em depressão grave. Então, juntamente com Clara e seus filhos, se mudou para Dresden, onde pouco a pouco recuperou sua saúde e onde, em dezembro de 1845, compôs sua Segunda Sinfonia em C maior, opus 61.

Schumann: genialidade e loucura

A doença mental de Schumann tornou-se tão aguda que, em 27 de fevereiro de 1854, ele saiu de casa chorando e tentou se suicidar, pulando no rio Reno, de onde foi resgatado.

O próprio Schumann pediu a Clara para interná-lo no asilo de Endenich, perto de Bonn. No entanto, devido às rígidas regras que prevaleciam no local, permaneceu isolado, sem poder ver sua amada esposa ou qualquer outra pessoa, até 29 de julho de 1856, aos 46 anos, quando morreu de fome.

Schumann: genialidade e loucura

Robert e Clara – uma pianista excepcional e também compositora – tiveram oito filhos. Um dos quais Ludwig, que enlouqueceu aos 20 anos, trancado no asilo de Colditz, na Saxônia, por mais de três décadas.

De Schumann nos resta um grande catálogo de músicas inigualáveis: suas obras para piano solo – entre eles Papillons, Carnaval, Estudos Sinfônicos, a já mencionada Kreisleriana, Cenas Infantis e Sonatas, suas quatro sinfonias, seus concertos para piano, violoncelo e violino, sua música de câmara, suas aberturas Manfredo e Hermann e Dorothea, seu Requiem para Mignon, sua ópera Genoveva …

Fonte: Gaceta Unam – Universidade Nacional Autônoma do México

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