“De volta ao jogo” é o tema da 19ª edição do Encontro do Setor de Feiras e Eventos (ESFE) da América Latina, que se realiza terça-feira, dia 20 de fevereiro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Paulo Octávio Neto, CEO do Grupo ON Media, idealizador e realizador do ESFE, antecipa a grade completa dos Talks, composta por expoentes do setor de eventos e da cadeia turística.
“Será um momento precioso de aproximação e sinergia entre líderes que decidem. Por meio da Plataforma ESFE, entidades e marcas exibem produtos e serviços ao mercado”, diz Octávio Neto. O evento reunirá cerca de 600 participantes e 34 marcas expositoras, das 8h00 às 19h00, com intensa geração de networking e coquetel de encerramento.
O novo formato Talk amplia a abordagem de temas de interesse comum aos profissionais de turismo, feiras, eventos e congressos. E tonifica as concorridas rodadas de negócios voltadas à participação do trade. Paulo Octávio Pereira de Almeida, Diretor Executivo da UBRAFE, pilota o Talk de abertura do 19º ESFE.
Linha de largada
Paulo Octávio conta que “já existe uma tradição no setor de Feiras relacionada à data em que o ESFE ocorre. É o primeiro evento no calendário comercial, após as férias de verão. Então, as principais lideranças setoriais veem este evento como a linha de largada para o ano de 2024”.
Números
Paulo Octávio sustenta que, “de acordo com o Barômetro UBRAFE SP TURIS, tivemos 1.286 eventos de grande porte na cidade de São Paulo, em 2023. São considerados eventos de grande porte aqueles que têm mais de 700 participantes únicos. Estes eventos atraíram quase 7 milhões de participantes – 70% moradores do estado e 30% verdadeiros turistas de negócios (de fora do estado ou do país)”.
O executivo acrescenta que “estes 7 milhões de participantes geraram impacto econômico, na cidade de São Paulo, de quase R$ 10 bilhões. Isso sem considerar os investimentos feitos pelos organizadores destes 1.286 eventos nem a quantidade de negócios gerados entre os participantes. Dados da UBRAFE mostram que quase 5% do PIB brasileiro resultam de transações nas feiras de negócios”.
Pós-pandemia
Paulo Octávio diz que 2023 foi o primeiro ano pós-pandemia sem a influência negativa da crise sanitária. “Eventos são idealizados por empresas para empresas. A tomada de decisão é longa, acima de um ano em alguns caos. Assim, os eventos realizados no decorrer de 2023 foram confirmados apenas a partir do 2º semestre de 2022. E o 1º semestre de 2023 foi, ainda, de estagnação completa do setor de eventos B2B”.
Cenário
A queda das taxas de juros deve favorecer todas as atividades econômicas, inclusive os eventos B2B. Porém, Paulo Octávio condiciona as projeções positivas à não interferência do governo federal. “Isso inclui a eventual suspensão do PERSE. Neste caso, as taxas de crescimento do setor podem ser impactadas negativamente”, salienta.
Tendência
“Os eventos presenciais precisam ser relevantes ao seu público-alvo. Sem relevância ou atratividade, o participante questiona se vale a pena estar presente ou se é o caso de participar virtualmente. A tecnologia, para isso, está ao alcance de todos. Cabe, aos organizadores, demonstrar a relevância e a oportunidade de uma experiência memorável”, avalia Paulo Octávio.
Dores
No fecho de suas considerações acerca do 19º ESFE, a título de spoiler da apresentação que fará na abertura do evento, Paulo Octavio manifesta que “a vontade do governo federal em acabar com o PERSE, programa de recuperação do setor de eventos, demostra certa falta de compreensão do poder público sobre o potencial do MICE. E, em especial, o setor de eventos B2B, que pode impactar a economia nas diversas regiões do nosso país”.
Paulo Octávio acrescenta que “somos um setor que requer muita mão de obra temporária e, portanto, pode significar o primeiro job de muita gente com vontade de trabalhar. Falta este diálogo com o poder público”.