A palavra fondue significa derretido, fundido. Ela vem do francês, mas o prato é suíço. Foi uma invenção dos produtores de queijos que, como havia fartura de queijo e pouco alimento, começaram a derretê-lo numa panela, que era colocada no centro da mesa e os integrantes das famílias espetavam os garfos no pão e os mergulhavam na panelinha com o queijo fundido.
A quem diga que a fondue tenha se estabelecido durante a Segunda Guerra Mundial, devido à fome e à dificuldade dos camponeses que viviam nas montanhas se locomoverem até às cidades, por conta dos combates. Entre outras histórias que também envolvem camponeses e produtores de queijos, algumas dizem que é proveniente do século 17 ou 18, e que aproveitavam as sobras da produção de queijo.
Originalmente, a fondue recebia a mistura dos queijos Gruyère e Emmental com a bebida alcoólica fermentada a partir de cerejas negras Morello – o Kirsch, que foi inserido na panelinha de queijo derretido por ser azedo e ter o líquido transparente.
Na década de 50, no restaurante Chalet Suísse, em Nova York, na época comandado pelo o chef Conrad Egli, que usou outra preciosidade dos suíços na receita da fondue: o chocolate. Ele estava no cardápio de sobremesas. Foi um sucesso tão grande que perdura até os dias de hoje.
O primeiro Era uma vez um Chalezinho foi aberto em 1979, em Belo Horizonte, por Antônio Augusto Marcellini. Hoje, os filhos dele, Ricky, Ralph e Antônio Marcellini, cuidam do negócio. Em 2001, Marcellini abriu uma unidade no Morumbi em São Paulo, e no ano de 2018, foi a vez do bairro do Itaim ganhar um restaurante de culinária suíça.
Cidades que remetem à arquitetura e ao frio suíço também receberam um Chalezinho para chamar de seu: Campos do Jordão, no ano passado, e neste ano a quarta unidade foi aberta em Gramado.
A Suíça tem quatro idiomas oficiais: o alemão, o francês, o italiano e o romanche. O cardápio do Era uma vez um Chalezinho, elaborado pelo chef executivo Cristian Bauer, tem essas influências, como: a Bruschetta Caprese, o Malakoff, Tartare, Raclette Original, Eisbein, Steak à Diana, mas o sucesso do Chalezinho é o rodízio de fondue.
O Tradicional sai por R$ 159,00, o Premium por R$ 189,00 e o Super Premium por R$ 229,00.
No Era uma vez um Chalezinho do Morumbi é tudo como num conto de fadas. Do lado de fora, árvores enfeitadas com luzes. Do lado de dentro, lareira, mini casinhas iluminadas decoram o local à meia luz, que tem ainda trilha sonora com piano ao vivo, executada pelo pianista Fábio Quatrin Cruz que ainda recebe pedidos de músicas dos clientes.
O atendimento é bem explicativo, mostrando o domino do garçom sobre o que é servido na casa, mas com pouca informação sobre os nomes das pessoas que comandam a comida e bebida.
O degustado pela reportagem foi o rodízio de fondue suíço tradicional que inclui a fondue de queijo suave, quattro formaggi, marguerita, ao tomate, ervas ou cogumelos, o mais saboroso deles.
A fondue de carne pode ser feita no óleo ou no vinho, vem com baby beef e peito de frango, ambas as carnes são bem macias. O baby beef com vinho tem um sabor mais sofisticado, como a carne é mergulhada ainda crua, você pode escolher o ponto do baby beef, que fica pronta em 3 minutos. Ainda acompanham cesta de pães que inclui o integral, uma linguiça muito boa, batatas saborosas e pepino e cebola em conserva, tomate cereja e brócolis que fica meio deslocado com a harmonização.
Dentre as fondues de sobremesa as opções são: doce de leite, Nutella, chocolate com marshmallow cremoso, Lausanne meio amargo e Lausanne ao leite. Dentre os que mais degustados estão o Lausanne ao leite, que é bem líquido, e o marshmallow, que leva um jato de maçarico antes. Acompanha morango, banana, uva e marshmallow. A fondue de marshmallow tem muito gosto de leite e o cremoso fica apenas no nome.
Quatro molhos são levados à mesa: o de mostarda, cogumelo, poivre e ervas, um mais interessante que outro, todos com boa consistência e aparência e com os sabores bem definidos.
Reza a lenda suíça que consumir fondue com água, suco ou cerveja causa indigestão e o ideal é que seja consumido com chá quente ou vinho branco.
O sommelier da unidade do Morumbi é o Adriano Andrade. Na carta de vinhos há os brasileiros, argentinos, chilenos, franceses, italianos, uruguaios, neozelandeses, mas nenhum suíço.
Faltou um vinho suíço como o La Légende, Domaine du Daley, Grand Cru de Villette, Le Chasselas Réserve, da vinícola, Domaine du Daley fundada em 1392. Os preços vão de R$ 143,00 a R$ 11.900,00.
A panelinha da fondue pode ser de cobre, esmalte, ferro alumínio, inox ou cerâmica. A escolha vai depender do ingrediente que vai ser mergulhado na panela ao centro da mesa, seja ela com queijo ou chocolate. Os garfos são longo e, às vezes, com cores diferentes para cada um marcar o seu, colocar no seu prato e ali degustar as delícias da fondue.
No rodízio do Era uma vez um Chalezinho pode-se repetir o quanto quiser. O Chalezinho Morumbi ainda atende a mini wedding e eventos e a elaboração fica por conta do chef da unidade, Igor Gramigna.
Serviços
Morumbi
Itapimirum, 11 Pq. Burle Marx
Morumbi, São Paulo – SP
Itaim
Rua Jorge Coelho, 160
Itaim Bibi – Jardim Paulistano, São Paulo – SP
Campos do Jordão
Av. Dr. Vítor Godinho, 231
Capivari, Campos do Jordão – SP
Gramado
Av. Borges de Medeiros, 2050 – Gramado