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Metaverso em eventos: futuro promissor ou perigo para o setor?

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Em um passado não muito distante, parecia algo inalcançável trabalhar, estudar, comprar, jogar, se relacionar e buscar entretenimento, tudo no mesmo local, ou seja, na internet. E hoje você não se imagina sem ela. O próximo passo tecnológico é ainda maior, com a chegada do metaverso, um mundo alternativo que tem como base a realidade virtual, estendida e aumentada, que os usuários podem acessar por meio de dispositivos e plataformas diferentes. Os próximos 5, 10 e 20 anos serão transformadores para a tecnologia e o modo de se viver.

O termo se popularizou quando Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, mudou o nome da empresa para Meta e ressaltou que o foco dele seriam as técnicas do metaverso. O empresário norte-americano investirá 10 bilhões de dólares para construir o seu próprio metaverso. Há pessoas que acreditam que essas tecnologias só servirão para desenvolver ambientes mais imersivos para jogos modernos como Fortnite, Second Life e Roblox, mas o potencial desse universo vai muito mais além.

Podemos utilizar esses mecanismos para educação, em que um professor tem a possibilidade de levar seus alunos para qualquer lugar no mundo com apenas um óculos de realidade virtual. Imagine seus filhos aprendendo sobre o espaço e conhecendo a central de controles da NASA ou estudando sobre a Roma e visitando o Coliseu…

Marcas como Nike, Netflix, Amazon e McDonald’s já estão investindo nesse mercado. Por exemplo, a Boeing está construindo o seu próximo modelo de avião em um local colaborativo virtual com engenheiros espalhados pelo mundo inteiro. A Disney está elaborando uma experiência que conectará o físico com o digital.

Para Bill Gates, fundador da Microsoft, em até três anos praticamente todas as reuniões de negócios acontecerão dentro do metaverso. Ele está investindo na Mesh, plataforma virtual que permite reuniões on-line por meio de hologramas usando realidade expandida e aumentada.

Com a chegada da Internet 3.0, considerada a revolução da rede, em que as máquinas interpretam maior quantidade de dados e tudo estará na nuvem de uma maneira mais ágil e fácil, e com a expansão do 5G, o futuro passa a ser AGORA.

Mas, afinal, como essa tecnologia impactará nos eventos?

Hoje, uma marca que não está presente nas redes sociais não é vista. Com o metaverso será igual. Em um futuro próximo, as empresas que não se encontrarem nesse ambiente estarão literalmente perdendo potenciais clientes e, consequentemente, dinheiro.

Basta notar que mais de 32% da população mundial nasceu com a internet (Geração Z – nascidos entre 1995 a 2010), ou seja, mais de 2,5 bilhões de pessoas entre 20 e 30 anos que estão no mercado de trabalho e aptas a investir em experiências únicas com tecnologia. Sem falar da nova geração que está imersiva no mundo on-line desde bebê. Todos eles são potenciais clientes.

Para o nosso setor, esses conceitos estão nos primeiros passos, mas, em breve, serão uma tendência. O metaverso proporcionará capacitações, reuniões virtuais e até mesmo shows e eventos em geral. Os benefícios são variados, desde a conectividade com qualquer pessoa do planeta, alcance ilimitado do número de participantes, não ficando restrito ao tamanho do auditório, escritório ou casa de show; ampliação no compartilhamento de dados e informações e a possibilidade de atingir novos públicos. Além disso, podem surgir também novas profissões no mercado, como diretor de eventos focado nesse universo.

Vale ressaltar que não vejo a chegada desse ambiente como o fim dos encontros presenciais. A pandemia da covid-19 foi a prova de que o ser humano necessita de contato físico. E os negócios tête à tête, ou seja, fechar aquele contrato com um aperto de mão ou negociar presencialmente, continuarão no nosso cotidiano. Porém, podemos complementar com interações virtuais e inovar em nossos eventos.

Quando os canais de streaming, YouTube e outras plataformas surgiram, as pessoas diziam que a televisão aberta iria perder audiência. Estamos vendo o contrário… Por exemplo, o Big Brother Brasil 20 e 21, da Rede Globo, bateram recordes de votação e geraram comoção nacional. Isso acontece porque a emissora não viu a internet apenas como concorrente, mas sim como aliada, investindo em inovação, redes sociais e streamings.

Por fim, acredito que o momento de aproveitar essa oportunidade do metaverso é agora, quando ainda está no início. Devemos pensar no futuro, destacar e complementar nossos diferenciais. Somos capazes de conectar os mundos físico e digital, permitindo uma experiência inesquecível para os clientes.

Artigo de Cristina Ocdy, diretora do Blue Tree Transatlântico Convention Center, Noah Gastronomia e Villa Blue Tree
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