No último dia 24 de julho, o Auditório Aena do aeroporto de Congonhas foi palco de mais uma edição do “Em dia com associados”, encontro promovido pelo Visite São Paulo Convention Bureau (VSPCB), com foco nos meios de hospedagem e nos pilares que sustentam o crescimento do turismo na capital: eventos, infraestrutura e segurança pública.
Realizado em parceria com a Aena Brasil e a Divisão Especializada de Atendimento ao Turista da Polícia Civil de São Paulo (Deatur-SP), o evento reuniu lideranças do setor público e privado para apresentar dados e debater os caminhos para tornar a cidade ainda mais atrativa para visitantes — e para quem vive do turismo, direta ou indiretamente.
Um crescimento que move a economia de base
Com 3.928 eventos realizados no primeiro semestre de 2025, um aumento de 59% em relação ao ano anterior, São Paulo movimentou mais de R$ 12,7 bilhões — uma cifra que vai muito além dos salões de convenções e chega até a cafeteria da esquina, o ateliê local, o motorista de aplicativo e o artesão que abastece lojinhas de bairro.
“O turismo é uma cadeia extensa. Cada evento realizado na cidade ativa uma rede de pequenos negócios: pousadas familiares, restaurantes regionais, guias autônomos, prestadores de serviço e até a economia criativa local. Ao fortalecer o setor como um todo, impulsionamos também a base da economia urbana”, afirmou Mônica Samia, secretária executiva da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo.
Segundo ela, em 2024 o estado recebeu 49 milhões de turistas e grande parte desse fluxo passou por iniciativas estruturadas em parceria com o Visite São Paulo. Programas como o Sabor de SP e o selo Made in SP valorizam o que é produzido localmente, aproximando os visitantes da cultura e da identidade do estado — algo que beneficia diretamente micro e pequenos empreendedores.
Hotelaria forte, negócios vivos
Durante o evento, o presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Orlando de Souza, revelou que as 27 redes hoteleiras associadas registraram um crescimento de 9% na diária média em junho, comparado ao mesmo mês de 2024. E o futuro promete ainda mais: até 2028, estão previstas 152 novas unidades hoteleiras no Brasil, sendo muitas em São Paulo, com investimento total de R$ 10,5 bilhões.
Com mais leitos e melhor estrutura, aumenta assim também o número de visitantes. E o que cada hóspede consome — da padaria do bairro ao brechó, do bar com música ao vivo ao pequeno espaço cultural. O fortalecimento da hotelaria é, portanto, uma engrenagem para manter o turismo ativo nas cidades, principalmente fora dos grandes centros turísticos tradicionais.
Segurança que acolhe
A delegada Fernanda Herbella, da Deatur, apresentou as seis delegacias especializadas em atendimento ao turista e destacou a presença de agentes fluentes em línguas estrangeiras, além de uma base móvel para atuação em grandes eventos. Só no Aeroporto de Congonhas, mais de 1.070 turistas foram atendidos presencialmente em 2025.
Segurança é um dos critérios que mais pesam na decisão de viagem. Quanto mais acolhedora e confiável a cidade, maior a chance de o turista explorar livremente — e consumir fora dos eixos tradicionais. Para pequenos negócios, isso significa assim mais oportunidades reais de visibilidade e faturamento.
“Nosso objetivo é garantir que o visitante se sinta em segurança e assistido. Com isso, ele se sente à vontade para viver a cidade como ela é — e isso inclui portanto seus mercados, feiras, centros históricos e bairros cheios de identidade”, explicou a delegada.
Infraestrutura que prepara para o futuro
A Aena Brasil, concessionária do Aeroporto de Congonhas, apresentou seu plano de modernização do terminal, com conclusão prevista para 2028. As melhorias incluem maior fluidez no embarque, ampliação das áreas de espera, assim como uma nova estrutura capaz de receber voos internacionais, resgatando dessa forma a vocação global do aeroporto.
Além de tornar a experiência de chegada e partida mais eficiente e confortável, essas mudanças impactam diretamente o tempo que o turista tem disponível para explorar a cidade — o que significa, portanto, mais oportunidades para os pequenos negócios serem descobertos e valorizados.
E as novidades não param por aí: uma nova estação de transporte público está em fase de implantação e, em breve, oferecerá acesso direto ao aeroporto de Congonhas, integrando ainda mais o terminal à malha urbana e facilitando o deslocamento dos visitantes.
O papel do Visite São Paulo
Com mais de 500 associados e 41 anos de atuação, o Visite São Paulo trabalha para atrair eventos e qualificar o atendimento no estado, com foco tanto em grandes investidores quanto no turista comum. A entidade realiza campanhas promocionais, capacita profissionais e apoia a divulgação de negócios locais, ajudando dessa forma a democratizar os benefícios do turismo.
“A ideia é mostrar que turismo é negócio para todos os tamanhos. Quando um grande evento chega à cidade, o impacto reverbera em todo o ecossistema. Por isso, precisamos conectar esse movimento ao pequeno empreendedor, que é a base econômica e social do setor”, reforçou Toni Sando, presidente executivo da entidade.
Em resumo, o evento destacou um cenário promissor para a hotelaria e o turismo em São Paulo, com forte desempenho nos eventos, avanço regional, integração público-privada, foco em segurança e infraestrutura em transformação — tudo sinalizando maior eficiência, acolhimento ao visitante e fortalecimento do destino.
