Atrativos como a Cachoeira do Tabuleiro, localizada na Cordilheira do Espinhaço – a mais alta de Minas Gerais, com 273 metros de queda livre -, a arquitetura colonial de Diamantina e as belezas naturais dos distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras são algumas das novas opções de turismo na Rota do Queijo da Região do Serro. A primeira saída do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para o destino, está agendada para novembro deste ano. Os novos roteiros podem ser realizados mediante agendamento prévio.

Na Rota, cerca de 800 produtores e agricultores familiares, de 11 municípios, integram a cadeia produtiva que transforma o Queijo Minas Artesanal – que teve seus “modos de fazer” reconhecidos pela Unesco, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade –, em um produto com grande potencial econômico.
Lançada em novembro de 2024, resultado de um trabalho conjunto entre Sebrae Minas e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), a Rota foi idealizada para transformar as queijarias, empórios e experiências com chefes de cozinha – como Dona Elzinha, filha da renomada cozinheira Dona Lucinha, uma das principais representantes da culinária mineira -, que oferecem vivências gastronômicas, em pontos de visitação preparados para receber turistas.
Inicialmente, os atrativos estavam em três cidades: Conceição do Mato Dentro, Santo Antônio do Itambé e Serro. Agora, as experiências podem começar na Serra do Cipó e seguir até Diamantina. Outra novidade é a inclusão da fazenda produtora do Queijo Canãa, em Materlândia, onde o turista terá a opção de visitar a queijaria e ter uma experiência gastronômica.
“O queijo é protagonista, mas temos destinos complementares que enriquecem a experiência. Ampliar este roteiro para o turismo de natureza, gastronômico e histórico-cultural permite que o turista fique mais tempo na região, favorecendo a economia local e o desenvolvimento do território. No Serro, por exemplo, dois hotéis estão em construção, e uma pousada está sendo ampliada. Isso demonstra como o turismo atrai investimentos”, explica a analista do Sebrae Minas Kele Vespermann.

Profissionalização
Além de capacitar os empreendedores por meio de ações que compreendem desde oficinas sobre gestão do negócio e programa para melhoramento genético do rebanho, até cursos sobre harmonização de queijos, consultorias de marketing e storytelling, o Sebrae Minas também atua para que este novo produto turístico seja oferecido de forma mais estruturada, promovendo toda a região.
A empreendedora Griziele Campos, turismóloga e proprietária de uma cafeteria e um empório localizados no início da escadaria da Igreja Santa Rita, principal cartão postal do Serro, investe continuamente para aproveitar as oportunidades geradas pela Rota. Nascida em uma família de produtores de queijo, ela utiliza produtos feitos por produtores da região. Entre eles, doces, geleias, sorvete de queijo, e até mesmo vinho, para harmonizações com o principal produto da cidade.
“Há cinco anos, decidimos investir nesta área, e acompanhamos a evolução no fluxo de turistas. Desde a criação da Rota, não ficamos um fim de semana sem atender clientes de fora, inclusive, estrangeiros. Isso nos motiva a inovar. Já estamos com projeto para desenvolver uma versão do cardápio em inglês”, revela. A empreendedora ainda conta que o apoio do Sebrae Minas ajudou a estruturar processos e dar maior visibilidade ao negócio. “Essa reorganização foi essencial para fortalecer a marca da Região e aproximá-la ainda mais da comunidade”, frisa.

Laboratório de análise de queijo
Qualidade e valor agregado do Queijo Minas Artesanal são fundamentais para ampliar o acesso às certificações e premiações. Além de garantir competitividade no mercado nacional e internacional. Por isso, uma parceria entre a Cooperativa dos Produtores Rurais do Serro (CooperSerro), empresa Herculano e a Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), com apoio do Sebrae Minas, irá viabilizar um laboratório para a análise do queijo da Região do Serro.
Segundo o presidente da CooperSerro, Francisco de Moura e Silva Neto, a estrutura deve ser entregue até o fim deste ano. “Nosso intuito é oferecer a análise de água e do queijo, sem custo para o produtor. Isso permitirá maior rigor no controle de qualidade, criando um parâmetro e estabelecendo um preço justo. Ele motiva o produtor a investir em boas práticas e melhorar o padrão do nosso queijo”, explica. Hoje, a cooperativa conta com 49 produtores que produzem somente o queijo e mais de 100 produtores que fornecem leite. São cerca de 130 toneladas de queijo por mês, sendo 50 do produto em sua forma artesanal, e 80 da indústria.
Ainda com o objetivo de melhorar a estrutura da cadeia produtiva do queijo na Região do Serro, está em andamento o projeto para ampliação da capacidade da cooperativa. O local, que hoje pode receber 25 mil litros de leite por dia, se prepara para chegar a 100 mil litros de leite/dia, ampliando significativamente a produção.
Gestão por indicadores
Com o objetivo de ampliar a capacidade do produtor de leite em gerir sua atividade, a Região do Serro será pioneira no Vale do Jequitinhonha com o programa Educampo Leite. A plataforma desenvolvida pelo Sebrae Minas busca orientar e melhorar a gestão estratégica dos produtores rurais em seus negócios, com foco em indicadores e melhoria da qualidade.
Inicialmente, foram selecionadas 15 propriedades com maior nível de maturidade de gestão e técnica do negócio para participar do programa. O acompanhamento prevê orientações sobre manejo, gestão financeira e boas práticas de produção. Além disso, o programa contribuirá para implementação de estratégias de melhoria da qualidade do Queijo Minas Artesanal.
Serviço
Para o receptivo para a Rota do Queijo da Região do Serro, clique aqui.