Maior mostra já realizada para celebrar a vida e obra de um dos grandes nomes da música nacional, a terá sua estreia nacional em 12 de junho, quando ocupará uma área de mais de 1.500 metros quadrados, montada no terraço do Shopping Leblon, no bairro onde Cazuza viveu e se tornou uma figura marcante na cena cultural carioca e de todo o país.
Lucinha Araújo, mãe do artista e presidente da Sociedade Viva Cazuza, preservou por décadas um valioso acervo pessoal, cujos inúmeros itens compõem a maior exposição já realizada sobre o cantor, compositor e poeta, dividida em nove salas. Ramon Nunes Mello assina a curadoria — ele organizou os livros Meu Lance é Poesia e Protegi Teu Nome por Amor, sobre Cazuza —, enquanto o Caselúdico faz a direção artística. A realização da mostra é da Hit Makers, empresa do Grupo 4ZERO4.
“Cazuza nos inspira a enxergar a vida com mais coragem, irreverência e arte”, destaca Fernando Ligório, CEO do Grupo 4ZERO4. “Depois de tantas exposições dedicadas a grandes nomes e marcas internacionais, chegou a hora de exaltarmos um dos nossos maiores ícones. Tudo com a mesma estrutura, qualidade e experiência de uma grande exposição internacional”.
Apresentada pelo Ministério da Cultura e Bradesco, com patrocínio do Shopping Leblon e da Helloo, Cazuza Exagerado celebra os 40 anos de Exagerado, álbum que marcou o início da carreira solo de um dos artistas mais inquietos e geniais da música brasileira.
“Cazuza sempre foi sinônimo de ousadia e inovação e faz parte da história do Leblon. Faz todo sentido que o Shopping Leblon receba em primeira mão a exposição e abrace junto com o público essa linda homenagem a um dos maiores artistas do nosso país”, comenta Paula Magrath, gerente de marketing do Shopping Leblon.
A exposição propõe uma imersão sensorial e emocional por meio de ambientes temáticos que revisitam todas as fases da trajetória de Cazuza — da infância ao auge da fama, passando pelos anos à frente do Barão Vermelho, a carreira solo e sua atuação como cronista da geração 80. Ambientes cenográficos, recursos tecnológicos e experiências interativas criadas com inteligência artificial e hologramas completam a jornada.
Entre os destaques do acervo de itens, que em sua maioria nunca foram apresentados ao grande público, estão roupas e figurinos de palco, cartas, documentos, manuscritos de letras e poemas, objetos pessoais, desenhos e registros raros em áudio e vídeo.
Alguns documentos como um álbum do bebê Agenor, uma caderneta escolar e um diário do artista, estão sendo replicados fielmente, para que o público possa manuseá-los. Fotos, bilhetes, lembretes, anotações e documentos pessoais recriam quase que cronologicamente toda a história da vida singular do artista.
A música está presente em toda a exposição e em vários momentos o público poderá ouvir as canções do artista e assistir seus vídeos. Lucinha sempre guardou todas as críticas e matérias sobre Cazuza em jornais e revistas, e tudo isso estará digitalizado e disponível para o público.
Vídeos também estarão acessíveis, bem como as letras originais das canções datilografadas pelo próprio artista. Tudo cuidadosamente preservado pela família e guardado pela Sociedade Viva Cazuza.
A mostra também traz depoimentos de dezenas de artistas e profissionais. Tem Caetano Veloso, Caio Fernando Abreu, Frejat, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Fernanda Montenegro, entre muitos outros. São personalidades que cruzaram com o artista em algum momento ou cujas carreiras e vidas foram impactadas por ele.
“Reunimos memórias, sons, imagens e emoções que estavam comigo e que agora poderão tocar novas pessoas”, afirma Lucinha Araújo. “É uma exposição feita com o coração, pensando em quem ama música e acredita na força da arte”.
A exposição
A equipe da curadoria concebeu as nove salas da mostra para criar uma narrativa visual e sonora da vida de Cazuza. A exposição percorre diferentes momentos da vida e da carreira de Cazuza. Na Sala 1, intitulada Agenor Caju, o visitante entra em contato com o ambiente familiar. São os primeiros anos escolares e os encontros iniciais com o teatro e o circo — experiências que moldaram a personalidade inquieta do artista desde cedo.
Na sequência, a Sala 2, Maior Abandonado, mergulha nos anos iniciais da trajetória musical, destacando sua atuação como vocalista do Barão Vermelho. Registros de shows, imagens de bastidores e materiais originais dos três álbuns gravados com a banda ajudam a compor o retrato de um período de efervescência criativa e descobertas.
A fase solo é abordada na Sala 3, Eu Sou Manchete Popular / Álbuns Solo, por meio de uma cenografia interativa que projeta críticas, matérias e imagens raras preservadas ao longo das décadas. A ambientação sonora e visual dá corpo à transformação de Cazuza em um artista de voz própria e presença intensa na mídia.
Momentos emblemáticos da relação do cantor com a televisão ganham destaque na Sala 4, Viva o Chacrinha, Viva o Palhaço. A equipe recria o clima irreverente das participações de Cazuza no programa do Velho Guerreiro com luzes e elementos cênicos, incluindo projeções que aproximam o artista e o apresentador do público em uma interação inesperada.
A Sala 5, Cazuza por Toda Parte, amplia essa dimensão midiática em um ambiente audiovisual que sincroniza trilhas e imagens em painéis e monitores. O efeito é o de um fluxo contínuo de memórias, como se o visitante transitasse pelas múltiplas camadas da presença cultural de Cazuza ao longo do tempo.
A exposição também aborda os últimos anos de vida do artista com sensibilidade. A Sala 6, Caravana do Delírio, recria a famosa veraneio preta com a qual Cazuza cruzava o Rio de Janeiro ao lado dos amigos. Projeções ao volante e réplicas dos álbuns de família criam uma atmosfera intimista e comovente.
Já a Sala 7, Camarim / O Tempo Não Para, reconstrói o camarim do último show no Canecão. E também propõe uma imersão no repertório do disco ao vivo que marcou sua maturidade artística. A cenografia evoca a força das apresentações finais, revelando um artista consciente do tempo e de sua urgência.
No trecho final do percurso, a Sala 8, Na Mídia, na Novidade Média, traz vitrines de filmes em que teve participações. Além de fachadas icônicas da vida carioca que eram frequentadas por Cazuza — como a Galeria Alaska e a Pizzaria Guanabara. As equipes da exposição recriam esses espaços com projeções de vídeos, novelas e clipes, contextualizando a presença marcante de Cazuza na cultura pop nacional.
Fechando a experiência, a Sala 9, Eu Ando Muito Bem Acompanhado, simula um dos lugares mais frequentados por Cazuza e sua turma, o salão da icônica Pizzaria Guanabara, onde o público pode interagir com personagens reais da vida de Cazuza. Sentados nas mesas, o público escolhe o personagem com quem quer “conversar” e através de depoimentos em vídeo interage com os amigos e parceiros. Entre eles, Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Frejat, Bebel Gilberto e Sandra de Sá, revelando camadas afetivas de sua trajetória.
“Cada sala foi pensada para provocar emoção, como se o público caminhasse pelos bastidores da vida e da obra de Cazuza”, resume Ramon Nunes Mello, curador da mostra.
A exposição também conta com uma loja oficial, onde o público poderá adquirir produtos inspirados na obra e na imagem de Cazuza. Tem vinis dos álbuns Burguesia, O Tempo Não Para, Ideologia e Por Aí…, pins, camisetas, azulejos decorativos e outros itens exclusivos.
Exposição Cazuza Exagerado
Onde: Terraço do Shopping Leblon
Endereço: Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Leblon, Rio de Janeiro – RJ, 22430-060
Quando: a partir de 12 de junho de 2025
Classificação Etária: Livre
Horário: segunda a sábado, das 10h às 22h / domingos e feriados: das 13h às 21h
Ingressos: cazuzaexposicao.com.br