A mobilidade corporativa é um dos segmentos mais estratégicos e menos compreendidos do turismo de negócios. Sua origem remonta ao início do século passado, quando surgiram os primeiros “carros de aluguel” no Brasil, responsáveis por atender a uma parcela da população que exigia segurança, pontualidade e conforto — conceitos que, até hoje, norteiam o setor. Décadas depois, o transporte executivo tornou-se essencial para a economia e o turismo, movimentando uma das maiores cadeias produtivas do país, com mais de 58 segmentos envolvidos em cada operação de médio ou grande porte.
A capital paulista concentra o maior número de profissionais e empresas dedicadas à atividade. São cerca de 30 mil motoristas e 949 empresas regulares, que arrecadaram mais de R$ 60 milhões em tributos municipais, somente no último ano. Mesmo assim, o setor segue sem uma regulamentação própria, em todos os âmbitos e níveis, sendo eles municipal, estadual e federal, dependendo de legislações municipais que não atendem ao transporte executivo. Esse vácuo legal faz com que veículos executivos, com capacidade igual ou menor que 9 passageiro, mesmo devidamente registrados e segurados, sejam frequentemente autuados como transporte irregular, evidenciando a falta de reconhecimento da atividade.
É diante desse cenário que nasce a ABLOVEx – Associação Brasileira das Empresas de Locação de Veículos e Mobilidade Corporativa, com a missão de representar assim a categoria, promover sua formalização e fortalecer o diálogo com o poder público. A entidade é hoje a única voz nacional dedicada exclusivamente à defesa da mobilidade corporativa, atuando de forma integrada com os órgãos de regulamentação e fiscalização nos âmbitos Municipais, como Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade de São Paulo, EMDEC , estaduais como DETRO e ARTESP e em âmbitos federal com a ANTT e participando da Comissão de Viação e Transporte da Câmara Federal de Deputados e CNT, dentro outros órgãos do Transporte e Mobilidade.
A ABLOVEx defende que a regulamentação da atividade deve priorizar a formalização e a responsabilidade jurídica, e não simplesmente impor barreiras, com propostas que limitam o crescimento dos pequenos empreendedores, responsáveis por cerca de 47% das operações do setor, com frotas diversificada e nova, como o mercado exige. A entidade propõe que todos os profissionais tenham personalidade jurídica, permitindo portanto o acesso a políticas de crédito, programas de qualificação e um novo enquadramento fiscal, mais justo e compatível com a realidade das empresas.
Esse esforço coletivo traduz assim o verdadeiro sentido do associativismo: somar forças para alcançar objetivos comuns e dar voz a quem atua nas ruas, nos aeroportos e nos bastidores de cada evento corporativo. É essa representatividade robusta que permite à ABLOVEx enfrentar desafios, construir pontes com órgãos reguladores e propor políticas de desenvolvimento setorial com base em dados, experiência e compromisso ético.
O olhar da associação também se volta para o futuro sustentável da mobilidade. Com a transição energética em curso, empresas associadas como a Paxtour Mobilidade Corporativa já operam frotas híbridas e elétricas, com usinas fotovoltaicas próprias e práticas de ESG. A meta é clara: eletrificar 100% da frota até 2030, reduzindo dessa forma emissões e custos operacionais. A mobilidade elétrica, além de viável, representa o próximo salto tecnológico do setor — mais limpa, silenciosa e eficiente.
O associativismo, portanto, é o eixo que sustenta essa transformação. Ele une empresários, protege o mercado, estimula a inovação e fortalece a voz coletiva. A ABLOVEx segue empenhada em construir assim esse novo capítulo da mobilidade brasileira — com união, propósito e sustentabilidade em movimento.
