Lançado em junho de 2025, o projeto “Rumo ao Turismo Regenerativo”, uma iniciativa do Instituto Samaúma em parceria com o Instituto Bancorbrás e com o apoio da Prefeitura de Tangará da Serra, em Mato Grosso, foi concluído no início de outubro. Esse trabalho capacitou 48 pessoas de cinco aldeias do projeto Menanehaliti, integrantes da terra indígena Haliti-Paresi.
O objetivo é capacitar as comunidades para que possam oferecer experiências autênticas de turismo sustentável e contribuam para a preservação ambiental, geração de emprego e renda no território. Ao todo, cinco novos roteiros foram construídos durante os módulos.
Durante dez semanas, os integrantes das aldeias Katyalarekwa, Serra Dourada, Oreke, Arara Azul e Duas Cachoeira receberam uma formação completa. A Universidade Vivalá de Negócios já aplicou a metodologia em mais de 10 mil horas de testes e formou 700 empreendedores comunitários. Os organizadores dividiram a capacitação em módulos semanais com temas diversos, como marketing, finanças, vendas e ações sustentáveis. Além da jornada de quase três meses, está previsto um acompanhamento trimestral até fevereiro do próximo ano.
Segundo o diretor executivo do Instituto Bancorbrás, Claudio Roberto, a expectativa é que os participantes estejam preparados para receber os visitantes. “Acreditamos no poder transformador do turismo como ferramenta de desenvolvimento sustentável. Esperamos que, com essa capacitação, o turismo de base comunitária e regenerativo se consolide como uma das principais fontes de renda das aldeias participantes, promovendo não apenas geração de emprego, mas também o fortalecimento cultural e a preservação ambiental do território Haliti-Paresi”, afirma.
O projeto, que faz parte de um plano para desenvolver o turismo regenerativo responsável, começou quando o povo Haliti-Paresi participou de um primeiro curso, realizado pela prefeitura da cidade em conjunto com profissionais do setor. “Complementamos a formação já realizada com a comunidade para atender à demanda dos próprios indígenas por receber turistas. Atuamos fortemente na promoção e distribuição do etnoturismo. É um processo que envolveu a própria reformulação dos roteiros para direcioná-los à demanda do mercado. Ao mesmo tempo em que intensificamos o impacto regenerativo das atividades”, afirma Daniel Cabrera, diretor executivo do Instituto Samaúma e da Vivalá – Turismo Sustentável no Brasil.
Durante os encontros, o grupo estruturou cinco novos roteiroscom atividades previstas, locais para dormir, dinâmicas e oficinas, alimentação, locomoção, precificação, entre outros fatores. Alguns desses roteiros são de curta duração (um ou dois dias), voltados para escolas, um dos públicos potenciais identificados durante o processo. Há os outros, mais longos, de etnoturismo para viajantes, com duração de cinco dias e quatro noites. A cultura e o modo de vida do povo Haliti-Paresi permeiam todas as experiências, no ritmo das atividades, nas noites com contação de histórias ao redor da fogueira, pernoites dentro das casas indígenas e culinária tradicional. Os organizadores desenvolveram todos os itinerários com foco na preservação ambiental, buscando promover o desenvolvimento sem agredir o meio ambiente.
O Instituto Bancorbrás
O Instituto Bancorbrás é o agente social do Grupo Bancorbrásque, há 17 anos. Ele atua no fortalecimento do Terceiro Setor e na promoção do Turismo Sustentável no Brasil. Com iniciativas voltadas ao empreendedorismo, à filantropia colaborativa e ao investimento social privado, já beneficiou mais de 280 mil pessoas e 750 organizações sociais. Seu desempenho visa incentivar a responsabilidade social e o protagonismo coletivo, acreditando que cada pessoa, instituição e comunidade pode ser agente de transformação.