A WTM Latin America 2025, realizada de 14 a 16 de abril no Expo Center Norte, em São Paulo, não é apenas uma vitrine para os destinos mais desejados do continente. É também um espaço de reflexão sobre o futuro do turismo latino-americano. Entre os destaques da programação, a presença de Elsa Petersen, da agência EM Marketing & Communication, da Argentina, trouxe uma análise precisa sobre as novas exigências do setor.
“O viajante está buscando um turismo diferente, vivencial e sustentável”, declarou. Para ela, os destinos precisam ir além do tradicional. “Eles querem novas experiências, e os prestadores de serviços terão que se esforçar muito. Este é um ano de grande movimentação — os voos estão cheios e há muito interesse em viajar.”
A transformação no perfil do viajante
A executiva reforça que o novo turista não quer apenas visitar — ele quer vivenciar. “Há uma quantidade enorme de viajantes ávidos por experiências. O turismo massivo está dando lugar ao turismo significativo”, observou.
Com isso, o setor precisa se adaptar. E a tecnologia tem papel central nesse processo. “Estamos aplicando novas ferramentas, pensando na agilidade, no conforto e na capacitação dos profissionais. As agências precisam estar preparadas para esse novo perfil de consumidor”, explicou Elsa.
Ela destaca a importância do treinamento contínuo, principalmente no segmento B2B. “As operadoras e agências de viagens precisam ser realmente capacitadas. Trabalhamos com apresentações ágeis, marketing digital, ferramentas que entreguem eficiência e um novo olhar sobre o que é viajar.”
Comunicação como ponte
Elsa também ressaltou a proximidade com os jornalistas como peça-chave no fortalecimento do trade turístico. “A imprensa especializada é essencial. Trabalhamos muito próximos dos jornalistas e construímos alianças que nos ajudam a levar novidades ao público de viagens e a facilitar o trabalho de quem está no setor”, disse.
Com atuação em toda a América Latina, a EM Marketing & Communication se posiciona como uma agência itinerante, com presença local e estratégia regional. “Temos escritórios em todos os países da América Latina, com equipes locais que adaptam a comunicação ao idioma e ao estilo de cada mercado. Isso nos permite oferecer uma cobertura real para nossos clientes que querem se tornar globais”, detalhou Elsa Petersen.
A agência também mantém operações em Canadá e Europa, com o mesmo modelo de atuação. “Globalizar é abastecer todos os países com a mesma qualidade e estratégia”, afirmou.
Integração da América Latina: sonho ou utopia?
Elsa comentou a tentativa de vender a América Latina como um destino único para o mercado europeu. A proposta, embora ambiciosa, enfrenta limites práticos, segundo ela.
“É uma utopia. A América do Sul é enorme, com muitos países e riquezas. Em um mês não se pode conhecer tudo, muito menos em 15 dias. O ideal seria vender dois ou três países juntos, mas nunca o continente inteiro como um só destino”, analisou.
Apesar das dificuldades, Elsa acredita que a colaboração entre os países é positiva. “Temos que trabalhar juntos para divulgar a América do Sul, sim. Mas cada país tem sua riqueza, principalmente o povo. Isso precisa ser valorizado e respeitado.”