A cidade de Belmonte, no litoral sul da Bahia, acaba de ganhar o Museu das Cadeiras Brasileiras. O espaço traz a história desse móvel e seu papel social, além de ser inspiração para profissionais do design.
O projeto é do designer Zanine de Zanine, filho de Zanini Caldas, artista belmontense. Ele é um dos principais representantes do modernismo brasileiro no design de móveis. O empresário do ramo da construção civil, Daniel Katz, e a Secretaria de Cultura e Turismo de Belmonte apoiam o projeto.
“A cadeira tem um papel icônico na profissão do designer. Especialmente por transitar com muita fluidez entre a usabilidade e a possibilidade de ser um ícone peculiar, transformando o ambiente em que está inserida”, comenta Zanini de Zanini.
O endereço para sediar o Museu das Cadeiras Brasileiras foi cedido pelo empresário mineiro Daniel Katz. No local, uma casa branca com arquitetura histórica, no centro da cidade, funcionava o escritório comercial da Katz Construções.
“O Zanini e eu começamos a idealizar um projeto que uniria a cultura de Belmonte à importância do design brasileiro. O Museu das Cadeiras Brasileiras é único e reúne um acervo de referência no ramo. Além de ser uma oportunidade para mostrar o quanto essa cidade é cheia de boas surpresas. A cada nova visita, uma descoberta de sua importância para a região”, conta Daniel.
O responsável pelo acervo é Christian Larsen, curador do The Metropolitan Museum of Art de Nova York. “Esse é outro ponto que reforça a importância e o reconhecimento do projeto para a valorização da cultura nacional e sua visibilidade, a nível internacional. Especialmente para a rica herança cultural que Belmonte carrega”, explica Zanini.
No acervo, estão peças de artistas renomados, como: Irmãos Campana, Aida Boal, Joaquim Tenreiro, Carol Gay, Claudia Moreira Salles, Domingos Totora, Estevão Toledo, Etel Carmona, Fernando Mendes e Flávio Franco. Todos eles cederam móveis conceituais para o museu.
Belmonte é conhecida como a terra do Cacau
Com pouco mais de 20 mil habitantes, Belmonte fica na Costa do Descobrimento. No local, se instalaram diversas fazendas de cultivo do cacau, durante o século 19, tornando a cidade uma das mais prósperas da região, na época. O nome do município é uma homenagem à terra onde nasceu o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral.
Uma das propostas da cidade é permitir uma volta simbólica pelo passado, por meio dos costumes e do acesso à arquitetura e à literatura. Além das belezas naturais e da gastronomia típica. Visitas às antigas fazendas de cacau também entram para a lista de atrativos de Belmonte.
