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Hotelaria e meios de hospedagem abrem o Ciclo de Audiências Públicas no Senado Federal na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo

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O encontro realizado no final da tarde de ontem (10.05) foi o primeiro de um ciclo de audiências públicas no Senado Federal para debater os efeitos da pandemia sobre o setor de turismo no Brasil. Ele foi promovido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, presidida pelo Senador Fernando Collor.

A primeira das audiências contou com uma exposição do Ministro do Turismo, Gilson Machado. Ele descreveu o plano de ação para o setor nos próximos dois anos e foi seguido pela exposição dos representantes de entidades do setor.

“O turismo de natureza é a tendência em todo mundo. E o Brasil tem uma enorme vocação nesse segmento, com diversas atrações como o Pantanal, a Amazônia, a Caatinga, o Serrado, a Mata Atlântica, os Pampas. Enfim, com tantas opções, o mercado de turismo vai ser o grande motor do desenvolvimento do país no período pós pandemia”, afirmou o Ministro do Turismo.

O Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH Nacional, Manoel Linhares, ressaltou a necessidade a aprovação da Lei Geral do Turismo, já para ser votada no Senado. E destacou que o Ministério da Economia precisa propor medidas para a retomada do setor e a geração de empregos. Para isso, Linhares ressaltou a necessidade de medidas de criação de um regime tributário diferenciado e desoneração de impostos. Em especial, PIS e Cofins, de modo a favorecer a geração de empregos.

“O turismo gera indiretamente cerca de 7 milhões de empregos no país em diversos setores. São 2,9 milhões diretos, com um impacto de 550 bilhões no PIB brasileiro. O setor portanto é um grande gerador de empregos e renda. E, por isso, pode ser um dos principais vetores da retomada da economia, já que é uma atividade que se espalha por todo o país, desde grandes cidades aos pequenos destinos, onde muitas vezes é a principal atividade econômica. Também precisamos com urgência aprovar no Senado a Lei Geral do Turismo”, afirmou Manoel Linhares, ressaltando a importância e a urgência da implementação das medidas propostas para apoiar o setor.

Para o presidente da ABIH-AL, Milton Vasconcelos, os números mostram a necessidade de discutir nas audiências uma forma de apoio ao setor. “Todos os segmentos do turismo foram afetados. Alguns registraram queda de até 100% nas suas atividades. O setor de eventos, por exemplo, importantíssimo para o turismo, teve uma redução de 95%. Os meios de hospedagem viram seu faturamento em média cair 80% desde março de 2020. Isso os obrigou a fazer ajustes que resultaram na demissão de 32% dos seus colaboradores”, afirmou Vasconcelos.

Ana Biselli Aidar, Presidente Executiva da Resorts Brasil, por sua vez, demonstrou a importância e o impacto do Turismo em outros setores da economia, apresentando a relevância do segmento em faturamento (27,1 bilhões/2019), empregos gerados (+ de 358.000 diretos) e impostos arrecadados (3,2 bilhões, pré pandemia).

“O turismo movimenta mais de 571 setores. Cada 1 milhão de demanda por hospedagem gera 24,6 empregos e injeta 3,3 milhões na economia. Além de incrementar em R$ 1,3 milhão no PIB nacional”, explicou a executiva da Resorts Brasil, também ressaltando a importância das audiências para encontrar caminhos para o futuro do setor.

Orlando de Souza, Diretor Executivo do FOHB, reforçou a necessidade da aprovação de medidas de alívio fiscal. E destacou também a seriedade com medidas que tratem da reforma tributária e melhora no ambiente de negócios. “Há várias ações que precisam ser implementadas. A curto prazo, a necessidade é sobreviver e dar início à recuperação. Em seguida, precisamos melhorar o ambiente de negócios no setor. É fundamental diminuir o custo Brasil para que as empresas possam ter algum alívio nas despesas e assim retomar suas atividades”, explicou Orlando de Souza.

Por fim, foi lançada a campanha “Todo o Brasil é Turismo”. Todos os Senadores presentes foram convidados a se engajarem a aprovar medidas que transforme o turismo em política de Estado e indutora do desenvolvimento nacional e regional.

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