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Grupo Accor muda comando na América do Sul

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O grupo francês Accor, que atua em mais de 100 países no mundo, a partir desse mês, tem novo CEO, o executivo belga Thomas Dubaere, que atuava em Londres como chief operating officer para o Norte da Europa.

Grupo Accor muda comando na América do Sul
Dubaere (à esq.) e Mendes (à dir.): mudança de comando e entusiasmo com as perspectivas do mercado

O titular anterior, o francês Patrick Mendes, que estava há cerca de cinco anos na função no Brasil, foi promovido a chief comercial oficcer (CCO), da Accor Global. A troca de comando acompanha também algumas mudanças na operação mundial, como a separação de setores.

Ao todo, foram reduzidos 16 polos geográficos para 8 regiões ou hubs mundiais, além da diminuição do número de diretorias. A reorganização não foi em razão da pandemia, porque esse processo já estava previsto e a nova estrutura é a finalização de uma estratégia.

O foco será na simplicidade do relacionamento com todos parceiros, proprietários, investidores e franqueados, e haverá mais poder e flexibilidade na ponta. O novo desafio do grupo é recolocar o mais rapidamente possível as empresas nos hotéis, de forma eficiente e com a melhor distribuição que estiver ao alcance no mercado.

E para complementar, irá introduzir novas bandeiras, como a Raffles London, no The OWO, Tribe, Jo&Joe e 25hours Hotels, para operarem até 2022. Segundo Patrick Mendes, em seis anos o número de hotéis na região saltou de 200 para 400 unidades, com grande diversidade na oferta de produtos, de marcas fora do padrão habitual do grupo.

O eixo do desenvolvimento do grupo Accor no Brasil agora será o da conversão e novas franquias. A justificativa é que no Brasil apenas 26% dos hotéis pertencem a cadeias hoteleiras e a maior parte do mercado é constituída por pequenos hotéis e independentes. Muitos deles, por causa da pandemia, passam por dificuldades de sobrevivência.

O esforço do grupo Accor será contatar essas pequenas empresas que procuram uma marca mais forte e também desejem otimizar seus custos a fim de melhorar a relação com os hóspedes neste momento de retomada do crescimento.

“Além dos negócios atuais, começamos a sair do Brasil para nos tornar mais latino-americanos. A base que recebemos foi fantástica porque permitiu o desenvolvimento em várias cidades. Depois tivemos crescimento com aquisições de outros hotéis e partes de ativos. O grupo Accor está colocando ‘caixa’ na região e trabalhando com operações locais em vários formatos, dando mais autonomia e poder para as regiões, já que cada uma tem sua própria cultura ”, diz ele.

Mudança de imagem

Mendes também cita em sua gestão a mudança da imagem, porque o grupo era conhecido pela estandardização. Os esforços, de acordo com ele, foram surpreendentes e ajudaram na criação de designs diferenciados para o resto do mundo. “É preciso ter parte estandardizada, mas as pessoas também querem experiências diferenciadas de diversificação”, explica.

Conforme Mendes relata, o Grupo Accor foi eleito três vezes pela consultoria global Great Place to Work (GPTW), como uma das melhores empresas para se trabalhar em virtude das condições que ela proporciona aos funcionários. Atualmente está entre os Top 10 do ranking daquela organização.

Ele destacou a atenção da empresa nas relações com o público feminino, a comunidade LGBT e outros grupos sociais, se tornando um exemplo para todas as empresas. “O grupo se transformou num case de benchmark de maneira genuína na diversidade, tanto em relação aos colaboradores, como na conexão com os parceiros e clientes”, complementa.

Além disso, Mendes frisou os investimentos em atividades esportivas como elemento lúdico e de engajamento, e parcerias com promotores de golfe, tênis, rúgbi e corridas tanto para o público interno como para outras comunidades. “Temos que deixar um legado como empresa e queremos futuros colaboradores que tiveram como sonho trabalhar no grupo Accor. Por isso, precisamos explicar o que fazemos e o quanto é uma indústria bacana e enriquecedora”, argumentou.

Já o novo CEO para América Latina Thomas Dubaere conta que sua ambição é desenvolver o maior e melhor ecossistema integrado de hospitalidade do setor. Com 30 anos de experiência na área de hospitalidade e há quase 15 anos na Accor, ele entende que terá uma grande oportunidade para equilibrar as operações dos outros hotéis, além do Brasil, mas que também apresentam uma alta relevância para o grupo. Por essa razão, contará com investimentos em marcas premium, de luxo e lifestyle, entre as quais Fairmont, Raffles, Sofitel, Pullman, Mama Shelter e Jo & Joe.

Mercado sul-americano

“Passamos por muitas crises no passado e vamos sair mais fortes dessa. A América do Sul terá um bom crescimento e vamos usar recursos para integrá-los o mais rapidamente possível. O Brasil tem um grande peso, mas precisamos equilibrar a situação com outros países do continente com atenção a marcas de luxo, estilo de vida e em cidades da moda”, afirma Dubaere.

Em sua visão, a pandemia trouxe muitas coisas negativas e uma crise sem precedentes, mas ele garantiu que é um otimista e defende que das dificuldades sempre se sai mais forte. “O bom vendedor é aquele que vende quando a situação não está fácil, atua sob uma tempestade e precisa se reinventar”, analisa.

Dubaere considera que será preciso viver mais a cultura da América do Sul, entendê-la, respirá-la e sobretudo vivenciá-la. “Por isso estou comprometido e empolgado, e sentido prazer nessa missão, mas também sentindo toda sua pressão”, admite.

Ele ressaltou que 80% dos hotéis da América do Sul foram fechados e depois foram reabertos após o primeiro impacto da pandemia. A taxa de ocupação atual oscila entre 20% e 30%, mas a previsão é que muitos hotéis não vão conseguir alcançar mais essa condição, por isso acredita no futuro da conversão e das franquias. Entre 10 e 15 marcas do grupo Accor vão participar dessa operação.

Do ponto de vista empresarial, a América do Sul é um continente muito importante para a Accor, onde é líder de mercado. Na região possui cerca de 400 hotéis e um pipeline com cerca de 100 hotéis. O Brasil é o top of market da Accor na América do Sul, com 310 hotéis e 64 em desenvolvimento. “Estamos focados em dar continuidade ao nosso plano de expansão na região, que ainda tem muito espaço para novos hotéis e excelentes opções de investimentos “, conclui Dubaere.

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