Início Especial Covid-19 Em tempos de pandemia, cinco dicas para sustentar PME´s

Em tempos de pandemia, cinco dicas para sustentar PME´s

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A queda brusca das receitas das pequenas e médias empresas (PME´s), principalmente daquelas que trabalham com o atendimento ao público, se tornou uma realidade para os brasileiros da noite para o dia em tempos de pandemia.

Apesar das medidas tomadas pelo governo, como corte de juros, adiamento do pagamento de impostos e aumento da liquidez das instituições financeiras para prover crédito, o fato é que a crise gerada pela pandemia vai levar muitos negócios à falência.

Mas, ao mesmo tempo, em momentos difíceis que novas oportunidades surgem e podem acelerar processos como, por exemplo, a transformação digital das empresas. Confira as dicas de alguns especialistas.

Saber o que o cliente deseja

O primeiro passo é entender as ansiedades dos clientes em tempos de pandemia. Para isso, a tecnologia está a favor dos negócios através do uso da inteligência artificial.

O sócio-diretor da Neurotech Rodrigo Cunha, afirma que atualmente algoritmos já permitem que cerca de 5 mil variáveis sejam avaliadas para o aprimoramento da gestão das experiências com o consumidor.

Elas vão desde a forma como a pessoa manuseia o mouse até a velocidade da digitação. Assim, são encontrados padrões de comportamentos.

“É extremamente importante tratar o cliente exatamente como ele está se sentido neste momento, onde prevalece a insegurança”, diz Cunha.

Priorize a necessidade dos seus clientes

Em tempos de pandemia, cinco dicas para sustentar PME´s

Ao entender os anseios do consumidor, a empresa deve fazer de tudo para atendê-los, priorizando suas necessidades. Uma clínica médica, por exemplo, pode se manter próxima ao paciente ao prover serviços de teleatendimento.

Para o sócio da DOC Concierge, empresa especializada em soluções financeiras para a classe médica, Renato Marques, assim como o mercado de restaurantes precisou se adaptar e basear sua operação no sistema delivery, os empreendimentos médicos terão que investir no atendimento remoto com base tecnológica para atravessar esse momento crítico.

“Não são todas as situações que permitem o uso do teleatendimento nos tempos de pandemia. Em alguns casos, a presença física é indispensável. Mas mesmo onde isso se aplica, é preciso seguir todas as recomendações para alcançar os melhores resultados”, ressalta.

Empatia, sensibilidade e solidariedade em tempos de pandemia

Segundo o sócio-diretor da Adaction, veículo de comunicação especializado em ações de mídia digital, Thiago Cavalcante, o país está num momento no qual a empatia, a sensibilidade e a solidariedade serão muito valorizadas.

Presas em suas casas, as pessoas desejam ouvir vozes conhecidas, ver pessoas amadas e buscar informações de alguém em quem possam confiar. Neste sentido, trabalhar com influenciadores é uma forte estratégia.

Porém, mandar vídeos com algum famoso sugerindo algum produto para um mailing geral seria um suicídio de imagem. Tanto para a marca como para o famoso.

Para evitar este erro ele reforça o recado de que a inteligência artificial permite entender o comportamento do consumidor por meio de sua navegação.

“É preciso detectar o momento e a forma de fazer com que a participação de um influenciador, por exemplo, seja recebida como uma ajuda bem vinda na hora certa. E não como uma exploração comercial insensível”, explica.

O fluxo de caixa precisa fechar

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A crise servirá para um grande aprendizado no que se refere a finanças pessoais e corporativas. O gestor deve aproveitar esse momento para rever todos os gastos e eliminar gargalos.

Dados de mercado dão conta que, até o mês passado, cerca de 90% das empresas de pequeno porte tinham capital de giro para seu dia a dia, mas não um colchão de liquidez para se proteger.

“Esse grande susto ensinará sobre o benefício de um comportamento mais precavido quando as coisas estão indo bem. Imprevistos sempre acontecem”, conclui Marques.

Inovar com foco em receitas

Apesar do momento sugerir que projetos de inovação fiquem de lado em função de preocupações mais urgentes, a saída pode estar justamente na aceleração rumo a novas ideias, porém com um ajuste de foco.

De acordo com Marcelo Nicolau,  sócio-diretor da Play Capital, consultoria de inovação e venture builder, o momento é de apostar em inovações mais simples e imediatas que resolvam problemas momentâneos e que possam gerar receita às empresas no curto prazo, deixando as ideias mais ousadas e disruptivas para uma situação mais propícia a este tipo de investimento.

Ele afirma que já existe um movimento de seleção mais racional e menos glamourizado na escolha de projetos a serem implementados.

“O que as empresas vão precisar nos próximos meses é de uma capacidade prática de tirar projetos do papel. E fazer com que tragam resultados comerciais o quanto antes”, diz.

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