Nos dias 29 e 30 de abril, o Edifício Berrini ONE, em São Paulo, foi cenário da primeira edição do Atmosfera Chile, um evento inédito que trouxe ao Brasil renomados operadores turísticos chilenos com o objetivo de estreitar laços com o mercado nacional. A iniciativa reuniu representantes de operadoras, agências e profissionais do setor para rodadas de negócios e troca de experiências.
A ação reforça a retomada da promoção do destino Chile no Brasil, mirando um público cada vez mais interessado em experiências de natureza, neve e gastronomia. Entre os presentes no Atmosfera Chile, nomes de peso no receptivo chileno compartilharam suas perspectivas sobre a atuação com o público brasileiro.
CL Mundo: exclusividade e atendimento sob medida

Com 23 anos de experiência no mercado, a CL Mundo é especializada em turismo receptivo no Chile e tem como foco o atendimento personalizado. Alejandro Álvarez, diretor geral da empresa, destacou que a empresa trabalha com operação própria de veículos e guias em todo o país, priorizando qualidade e experiências tailor-made.
“Nosso público principal vem do México, Colômbia, Peru, mas o Brasil está crescendo. Não temos representantes fixos aqui, viemos uma ou duas vezes ao ano, pois preferimos atuar de forma mais segmentada e exclusiva”, explicou Álvarez. Segundo ele, os destinos mais buscados pelos brasileiros atualmente são San Pedro de Atacama e Torres del Paine, regiões que combinam natureza exuberante, boa hotelaria e gastronomia diferenciada.
Ekatours: do traslado ao casamento no Chile

Carlos Capistrano, da Ekatours Chile, destacou o papel da empresa como operadora maiorista, atendendo exclusivamente outras operadoras – sem contato direto com agências ou público final. A empresa oferece um leque amplo de serviços, desde simples traslados até a organização de grandes eventos e casamentos, cobrindo desde o Deserto do Atacama até a Patagônia.
“Nós montamos serviços completos que são revendidos pelas operadoras brasileiras. Trabalhamos com destinos como Santiago, Vila do Mar, região dos lagos andinos, Ilha de Páscoa e estações de esqui. O objetivo é sempre oferecer flexibilidade para que os parceiros criem pacotes atrativos”, disse Capistrano.
CTS Chile: tradição e versatilidade com sotaque brasileiro

Com 46 anos de história, a CTS Chile é uma das operadoras mais tradicionais do país e já tem forte relação com o mercado brasileiro. François Carrère, gerente geral da empresa, falou com fluência e bom humor em português – idioma que aprendeu em suas muitas viagens ao Brasil. “Comecei com meu pai na empresa. Trabalho aqui há 30 anos. Passei parte da infância no Brasil, então tenho um carinho especial por esse país”, afirmou.
Carrère acredita que a temporada de inverno deste ano será especialmente favorável ao Chile, já que destinos argentinos, como Bariloche, estão com preços mais elevados. “Santiago tem muita oferta, é mais barato, e há flexibilidade: se neva, você vai para a montanha; se não, pode trocar por um passeio em vinícola, por exemplo”, explicou. Ele também destacou a crescente procura por San Pedro de Atacama, destino que, segundo ele, “virou São Paulo de Atacama” de tantos brasileiros que o frequentam.
Brasil na mira do turismo chileno
O Atmosfera Chile reforçou uma percepção comum entre os operadores: o Brasil é um mercado estratégico, com enorme potencial de crescimento. A conectividade aérea entre os dois países, o interesse dos brasileiros por neve, natureza e experiências exclusivas, além do reposicionamento do Chile como destino competitivo, devem impulsionar ainda mais as relações comerciais no setor de turismo.